Fique por dentro do que estará em jogo a partir da próxima semana, quando autoridades de 200 países negociarão os termos do financiamento climático para países em desenvolvimento
A Conferência das Partes (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU) é o principal fórum global para discutir políticas climáticas. Criada em 1992 durante a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, com a assinatura da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), a iniciativa reúne líderes, cientistas, ONGs e representantes da sociedade civil de quase 200 países com o objetivo de coordenar esforços contra as mudanças climáticas.
Existem três tipos de conferências, cada uma delas focada na abordagem e erradicação de um dos seguintes impactos ambientais: desertificação, perda de biodiversidade e mudanças climáticas. A mais conhecida delas é a convenção sobre as mudanças climáticas, tanto pela escala do problema que representa quanto pela necessidade de acelerar a ação dos governos e das empresas para enfrentá-lo.
O nome das COPs é composto pela sigla e um número, que reflete a edição da COP. Como a frequência das COPs varia de acordo com o tipo de conferência, a numeração varia mesmo que sejam realizadas no mesmo ano. Assim, a COP29 sobre mudanças climáticas será realizada em 2024 em Baku, no Azerbaijão, mas neste ano também foi celebrada a COP16 sobre biodiversidade e a COP16 sobre desertificação, apesar de terem um número diferente.
Este ano, a 29ª edição ocorrerá no Azerbaijão, a partir de 11 de novembro, em um cenário de expectativas e desafios urgentes. O encontro promete ser um evento de grande relevância, com o compromisso de alinhar políticas, metas e práticas para a efetivação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, da digla em inglês), e avançar na ambição de uma trajetória de desenvolvimento de baixo carbono.
Durante a COP29, o Brasil 2044 apresentará ao mundo o hub regional de inovação política “O Coração da Amazônia”, lançado neste ano durante um encontro do G20 Turismo em Belém, no Pará. O painel contará com a presença do Governador de Rondônia, Marcos Rocha, do Secretário Nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimento em Turismo, Carlos Henrique Menezes Sobral, da Coordenadora Nacional do Brasil 2044, Mila de Rueda, e da Coordenadora Regional do Brasil 2044 no Pará, Cilene Sabino. O objetivo é discutir os desafios da governança responsável e o papel do turismo como vetor de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Confira as principais expectativas para a COP29:
Financiamento Climático e GovernançaO financiamento climático volta a ser uma prioridade na COP29, refletindo a urgência de mobilizar recursos para que países em desenvolvimento possam agir de forma mais eficaz na mitigação das mudanças climáticas. “Blended finance” (ou financiamento misto) será amplamente discutido, destacando a importância de fundos que combinem capital privado e público. A expectativa é de que um acordo seja estabelecido para aumentar a confiança e a previsibilidade dos fluxos financeiros, especialmente após as discussões iniciadas no G20, presidido pelo Brasil este ano.
Transição Energética como FocoA transição para energias limpas será outro ponto central. Especialistas apontam a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção de energia como essencial para atingir a meta de 1,5°C do Acordo de Paris. Em meio a uma dependência mundial do petróleo, o presidente da COP29, Babayev, enfatiza que, mesmo em um ano de eleições, o compromisso global precisa ser mantido para frear o aquecimento global. O Azerbaijão, por exemplo, visa reduzir a participação de combustíveis fósseis no mix energético de 98% para 30% até 2030, impulsionando renováveis como solar e eólica.
Fortalecimento do compromisso com o Acordo de Paris e preparações para na COP30Em um momento em que os países devem consolidar esforços para limitar o aquecimento global a 1,5°C, a COP29 também se preparará para a COP30, que será realizada no Brasil. A colaboração entre Brasil, Emirados Árabes Unidos e Azerbaijão, firmada em 2024, visa garantir que os 198 países-membros apresentem na próxima conferência as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) com planos concretos de implementação.
Assim, o grande objetivo da COP29 é alcançar um consenso sobre o financiamento necessário para que os países desenvolvidos apoiem os países em desenvolvimento em suas ações climáticas. Para o Brasil 2044, o desafio é mapear os critérios de financiamento e preparar nossos gestores municipais para utilizarem os recursos de forma estratégica, acompanhados de boas políticas públicas que visem o desenvolvimento sustentável das cidades a longo prazo.
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