A falta de políticas públicas estratégicas para o enfrentamento às mudanças climáticas e para o impulsionamento da economia verde no país tem sido entrave para investimentos

Nos últimos anos, o mundo tem voltado seus olhos para a sustentabilidade. Empresas e governos estão procurando por soluções verdes que possam mitigar os efeitos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, impulsionar o crescimento econômico. Para o Brasil, esse é um momento decisivo. Segundo estimativas do BCG (Boston Consulting Group), o país pode atrair até 3 trilhões de dólares em investimentos voltados para soluções sustentáveis até 2050. Mas a realidade é que estamos perto de perder essa oportunidade.
Para aproveitar as possibilidades de negócios destacadas pelo BCG, o Brasil precisa enfrentar desafios urgentes, como as queimadas recordes de 2024, que têm afetado vastas áreas do país. Esses incêndios, agravados pela maior seca já registrada, prejudicam a imagem do Brasil como “guardião da Amazônia”, especialmente com a aproximação da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), que será sediada em Belém (PA) em 2025.
Segundo o relatório, nos últimos anos houve um aumento de 65% nas áreas suscetíveis à seca no Nordeste, comparado à década de 1950. Entre 2013 e 2022, cerca de 4 milhões de brasileiros foram forçados a abandonar suas casas devido a desastres climáticos, com um prejuízo estimado em R$ 450 bilhões. O documento destaca que, além de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, é essencial adaptar as cidades, o que inclui a infraestrutura e a população.
A competição global nesta área é feroz. Países como a China, os Estados Unidos e várias nações europeias já estão avançando com políticas públicas sólidas que facilitam a atração de investimentos para projetos verdes. Enquanto isso, o Brasil ainda enfrenta desafios como a burocracia excessiva, a falta de infraestrutura adequada e a ausência de políticas públicas claras para o setor de economia verde. Sem uma ação rápida, esse trilhão de dólares que poderia transformar a economia brasileira pode ir para outros países.
A perda desses investimentos não significa apenas deixar de ganhar dinheiro. Significa perder a chance de transformar nossas cidades, gerar empregos e garantir um futuro mais sustentável para todos. Com esses recursos, o Brasil poderia liderar a transição para energias limpas, desenvolver cidades inteligentes e preparar sua infraestrutura para os desafios climáticos futuros. No entanto, se continuarmos inertes, nossas cidades continuarão a enfrentar problemas como poluição, transporte ineficiente e falta de qualidade de vida para milhões de brasileiros.
O Brasil 2044 acredita que é possível reverter esse cenário, mas a janela de oportunidade está se fechando. Para que o país atraia os investimentos verdes necessários, é urgente que sejam implementadas reformas que facilitem o ambiente de negócios e promovam políticas públicas que incentivem a inovação sustentável. A simplificação da burocracia, o incentivo a projetos de energia limpa e a criação de uma infraestrutura resiliente são passos fundamentais para garantir que o Brasil aproveite essa oportunidade antes que seja tarde demais.
Agora é o momento de agir. Se o Brasil continuar a adiar as decisões necessárias, perderemos nossa chance de liderar a economia verde global e de garantir um futuro mais próspero para todos. O Brasil 2044 está comprometido em trabalhar para que o país não apenas atraia esses investimentos, mas também se posicione como uma referência mundial em sustentabilidade e inovação. O futuro está à nossa porta – vamos garantir que o Brasil esteja preparado para recebê-lo.
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