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Acordo da COP29 destina US$ 300 bilhões para países em desenvolvimento, mas é preciso gestão e governança

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Brasil 2044 busca garantir que os recursos internacionais sejam aplicados de forma estratégica, priorizando projetos que impactem diretamente as populações mais vulneráveis e promovam um futuro resiliente para o país


A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, marcou um avanço histórico no financiamento climático. Países desenvolvidos e a União Europeia assumiram o compromisso de mobilizar US$ 300 bilhões por ano até 2035 para apoiar nações em desenvolvimento na transição energética e adaptação às mudanças climáticas. Esse novo objetivo, conhecido como NCQG (Nova Meta Coletiva Quantificada), substitui o compromisso anterior de US$ 100 bilhões anuais.

Apesar da magnitude do valor, especialistas alertam: dinheiro sozinho não basta. A efetividade desse financiamento depende diretamente da capacidade de gestão e governança estratégica dos países que receberão os recursos.

Desafios identificados pelo Global Stocktake

O primeiro Global Stocktake, relatório oficial do Acordo de Paris, revelou que os custos econômicos relacionados a perdas e danos em países em desenvolvimento variam de US$ 447 a US$ 894 bilhões por ano até 2030. Além disso, perdas não econômicas — como danos ao patrimônio cultural — são incalculáveis. O relatório enfatiza que o apoio financeiro precisa ser acompanhado de desenvolvimento de capacidades locais, garantindo que os recursos sejam aplicados de maneira eficaz e sustentável.

Por que a capacitação é essencial?
  1. Fortalecer a governança: Sistemas de gestão robustos são fundamentais para planejar, executar e monitorar projetos climáticos.

  2. Personalizar soluções locais: Incorporar conhecimentos tradicionais, como saberes indígenas, aumenta a eficácia das políticas públicas.

  3. Manter capacidades ao longo do tempo: O impacto de curto prazo só será sustentável com investimentos contínuos em sistemas institucionais e humanos.

O papel do hub de inovação 'O Coração da Amazônia'

Entendendo a urgência de resolver o problema de governança, o Brasil 2044 criou o hub O Coração da Amazônia, uma iniciativa voltada para preparar as cidades brasileiras a acessarem de forma eficiente os recursos do financiamento climático.

As ações do hub incluem:

  • Alinhar esforços com os governadores do União Brasil no Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, promovendo uma governança climática regional.

  • Mobilizar o #ModoUnião, que reúne 1.753 mandatários comprometidos com o desenvolvimento sustentável da região.

  • Apoiar prefeitos e capacitar suas equipes em planejamento, execução e monitoramento de políticas públicas ESG.

Com essa abordagem, o Brasil 2044 busca garantir que os recursos internacionais sejam aplicados de forma estratégica, priorizando projetos que impactem diretamente as populações mais vulneráveis e promovam um futuro resiliente para o país.

O que esperar até a COP30?

Com a COP30 prevista para ocorrer em Belém do Pará, Brasil, no próximo ano, um roteiro será desenvolvido para detalhar como os países poderão acessar e multiplicar os recursos climáticos. Mas é urgente que o financiamento vá além de doações e empréstimos, com foco em coerência internacional e maior impacto das ações colaborativas.

O sucesso das metas de Baku não depende apenas dos US$ 300 bilhões anuais, mas da capacidade de transformar esses recursos em ações concretas que beneficiem as populações mais vulneráveis. Com o apoio do Brasil 2044 e do hub O Coração da Amazônia, o Brasil pode liderar o caminho para um desenvolvimento sustentável, adaptado às necessidades locais e preparado para os desafios globais.


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