Preparado para a pior seca da história, governo do estado do Amazonas investe em planejamento de ações preventivas com base em dados

Na região amazônica, a subsistência e o cotidiano de milhares de pessoas estão profundamente ligados à presença dos rios. É perto deles que elas constroem suas comunidades, por meio deles se deslocam para outras cidades e conseguem desenvolver suas atividades comerciais - principalmente a pesca. Em 2023, o período da seca causou a maior queda nos níveis dos rios já registrada, e somente no estado do Amazonas, afetou mais de 600 mil pessoas e 150 mil famílias.
Segundo um artigo científico publicado na revista Scientific Reports, o calor e a seca que atingiram a maior floresta tropical úmida do mundo refletem o panorama das mudanças climáticas, tanto em nível local como global. Em 2024, o cenário se repete, só que ainda mais intenso e acentuado pelo aumento do número de queimadas. A situação é tão grave que todos os 62 municípios do estado tiveram situação de emergência decretada no fim de agosto, com o nível dos principais rios da região mais baixo quando comparado ao mesmo período do último ano. O Rio Solimões, por exemplo, desde agosto passa pela pior seca registrada em 42 anos. Inclusive, esperava-se que o pico da vazante fosse em outubro, tanto no Solimões, como nos rios Negro e Amazonas.
Desde o início do ano, o Governo do Amazonas tem trabalhado de forma preventiva, alertando o governo federal e seguindo um planejamento de medidas elaborado ainda em 2023, para o enfrentamento das queimadas, desmatamento e dos efeitos ocasionados pelo período de estiagem. Os principais focos do cronograma de atividades da gestão tem sido o abastecimento de água potável, insumos e medicamentos para a saúde e produção rural; melhorias logísticas para a manutenção do funcionamento da rede estadual de educação, comércio e ajuda humanitária.
Encarando o cenário das mudanças climáticas com ações de governança responsável, o governo do estado tem sido referência de gestão sustentável, antecipando as consequências da estiagem e contribuindo para o desenvolvimento de cidades mais resilientes em território amazônico. Por isso, o governo do estado assinou um protocolo de intenções para participação de cientistas de órgãos e universidades no assessoramento técnico no Comitê de Enfrentamento à Estiagem.
O trabalho do Comitê Técnico-Científico será coordenado pelo Governo do Estado, por meio da Fapeam, e agrega cientistas de órgãos do governo, universidades e instituições de pesquisas que atuam na área de fenômenos climáticos, abrangendo: Recursos Hídricos e Energéticos; Saúde Pública; Educação Ambiental; Ações Degradantes; Impacto Econômico; Prevenção, Mitigação e Adaptação; Segurança Social e Alimentar; Transporte; Florestas e Clima; Impactos de Pesquisas Aplicadas e Tecnológicas.
O protocolo envolve a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Ocidental), Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Ações que geram resiliência: Operação Estiagem 2024
Demonstrando compromisso com a transparência para a população, todas as ações da Operação Estiagem 2024 podem ser acompanhadas diariamente no endereço paineldoclima.am.gov.br. Além disso, o governo divulga boletins sobre sua atuação. Entre 5 de julho e 25 de setembro, o governo divulgou que, no âmbito da assistência humanitária, 1,8 mil toneladas de alimentos foram distribuídas para as regiões mais atingidas, 31 purificadores de água foram instalados, sendo 8 deles direcionados para a calha do Alto Solimões, além de enviar 450 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.
O Governo do Amazonas enviou 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para municípios das regiões do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões; 37 cilindros de oxigênio foram enviados para os municípios de Eirunepé, Canutama e Itamarati, além da instalação de uma usina de oxigênio em Envira. Foram enviados para o município de Ipixuna 10 cilindros de oxigênio. Também foram distribuídos medicamentos e insumos para diversos municípios, totalizando 7,6 mil volumes.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já realizou 414 embargos, totalizando 19.965,9116 hectares de áreas embargadas. Foram aplicadas multas no valor de R$ 136,2 milhões, 362 autos de infração e 58 termos de apreensão lavrados, além de 188 detenções realizadas.
De junho até o dia 24 de setembro, mais de 18,5 mil focos de incêndio foram combatidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM). Sendo, 2.187 incêndios na capital e 16,4 mil no interior do estado.
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